Terça-feira, Janeiro 12, 2010
A questão da violência em Campos é bem mais grave que os casos do Farol
Toda divulgação dos problemas nos seguidos finais de semana de violência, no balneário do Farol de São Tomé, esconde a imensa base de um iceberg gigante e crescente.
Mais que o crescimento das ocorrências o que espanta é o número inexpressivo de causas descobertas ou divulgadas.
Há um sentimento de banalização quase generalizada pelas ocorrências. Casos de assassinatos, na sua maioria atribuída às drogas, soma-se à violência no trânsito, a bandalha das vans, além de sintomas ligados, de forma similar às milícias das metrópoles, estão dividindo espaço com as acusações de participação de policiais em muita destas ocorrências.
Neste contexto, os casos do Farol, nada mais parecem que a ponta de um tumor que parece vicejar sem que a população reaja. A classe média parece anestesiada, junto da população mais pobre submetida a toda a sorte de pressão já há muito tempo.
Quando a ocorrência chega perto, no vizinho, no amigo há reação, mas tímida. As autoridades policiais nos seus diversos níveis e tipos precisam mostrar as suas responsabilidades, sob pena de sermos convencidos por eles que tudo isto é natural e consequência de um "falso progressso". Chega! Basta!
Outro leitor faz mais propostas contra a violência no Farol
"Olá Roberto !
Gostaria muito que essa proposta fosse estudada por você atraves de seu grande conhecimento e de pssoas ao seu redor que sem dúvida são capazes e afim de tentar solucionar isso assim como sem duvida a prefeitura e toda a população de Campos.
Bem.
Meu nome é marcelo, e queria propor a prefeitura e policia militar um mega esquema de segurança em grandes eventos no Farol, assim como acontece no Rveillon em Nova Yorque ( salva as proporções).
Devido ao triste acontecimento no show do rodriguinho e acredito que esses animais que fizeram essa violencia por lá devam estar presos e no minimo em jaulas, porque pra mim e toda população isso são bichos e da pior espécie possivel, nao podem viver em sociedade.
Voltando ao assunto, em Nova Yorque acontece a festa do reveillon em Times Square, famosa em todo o mundo, entretanto o risco de atentados terroristas fez com que o governo norte americano tromasse medidas drásticas, que medidas são essas, medidas que cercam toda a área do evento através de cercas removíveis com altura de 1.20 , fechando todo o perímetro do evento, e também um grand contigente de Policias Militares, Municipais e equipes de segurança totalizando 1 homem pra cada 3 m de cerca, sendo os militares armados e os municipais e seguranças com cassetetes como arma de intimidação.
Assim irá existir dois acessos a area de shows, ambos controlados por no minimo 6 homens, devam entram uma pessoa por vez em cada acesso, todas sem exceção deve passar pelos detectores de metais e revista, e uma observação, BEBIDA ALCOOLICA NÃO ENTRA NA AREA DE SHOWS), assim como acontece em Nova Yorque, e as barracas de venda de bebidas alcoolicas devem ficar no minimo a 500m da area do palco de shows, evitando aglomerações e pessoas embreagadas proximas ao evento, onde crianças, mulheres e idosos devem ter o deireito de curtir em paz um show e a noite da praia campista que é tão badalada.
E anexo esta a proposta para esse esquema.
espero que isso Roberto seja divulgado a todos pelo seu conceituadissmo Blog.
obrigado
Marcelo Coutinho."
Domingo, Janeiro 10, 2010
"Farol: pânico e demofobia"
O blog recebeu do professor e filósofo Gustavo Carvalho, neto do saudoso Waldir de Carvalho, o pertinente comentário que resolveu trazer aqui para a capa deste espaço:
"Farol: pânico e demofobia"
"Caro Roberto, é interes... Farol: pânico e demofobiaCaro Roberto, é interessante constatar como situações críticas fazem precipitar formas mais grotescas de ignorância e preconceito. O último calamitoso evento musical de ontem em Farol causou desespero de massa e serviu para diferentes fins: demofobia campista contra os pobres, a reciclagem do preconceito contra a praia da baixada, a desresponsabilização ostensiva das autoridades, uso político da desgraça popular, etc. Estava eu na casa dos meus avós em Farol quando fui "convencido" por minha filha e sobrinha adolescentes a ir ao show de um pagodeiro obscuro chamado "rodriguinho". Mesmo ignorando o músico e desprezando o estilo musical, fui por dever. A sequência dos eventos é pública: de repente o som acaba, a multidão se agita (a essa altura nenhum locutor ou responsável se manifesta para orientar o público), o comportamento irracional de manada toma conta das pessoas, somos empurrados contra o muro de uma casa pela turba humana que foge dos tiros, ... Ainda bem que consegui fazer as meminas pularem o muro e escapar pela lateral. Para qualquer um que frequenta estádios de futebol e eventos de massa (o Maracanã em dia de decisão pode ter situações piores!), sabe que momentos como esses podem acontecer. O que é surpreendente é a total irresponsabilidade de se produzir um evento com milhares pessoas sem o mínimo de condições para tal (ordenamento do espaço, policiamento, equipes de emergência, enfim gente treinada para o mesmo!). Ao fim, quando caminhavamos para casa, ouvimos diversas pessoas vociferando contra a passagem de "um real", como se a "culpa" perversa pelo desastre e seus efeitos letais fosse do própio povo que padece de alternativas de lazer e cultura (bens básicos de cidadania!)."
Sugestões contra a violência no Farol
O leitor "anônimo" enviou este comentário que o blog traz para a capa com diagnósticos e sugestões para o problema da violência no Farol de São Tomé:
"Professor Roberto Moraes, Permita-me utilizar ess...
Professor Roberto Moraes,Permita-me utilizar esse post, cujo tema é mais genérico, para expressar minha preocupação sobre os últimos episódios da praia campista do Farol de São Tomé, que, de forma sombria, dão um dimensão de como nossas autoridades privilegiam mais a versão dos fatos(distorcidas por motivos de propaganda)aos fatos em si.Desta forma, as soluções para os problemas nunca os resolvem, na medida que, também, não passam de "jogadas de efeito".
1. Se é verdade que a segurança pública é uma atribuição estadual, no que tange a questão policial, sabemos todo que o conceito de ordem pública e convivência, e, enfim, prevenção de conflitos, é uma tarefa de todos os entes públicas e esferas administrativas, e da sociedade.
2. O discurso de "empurra", onde os representantes de cada esfera atribuem a responsabilidade dos fatos a outras esferas, só demonstra incapacidade de enxergar e lidar com o problema.
3.Não devemos ceder a discursos preconceituosos, do tipo: a criminalidade violenta em Farol cresceu por causa da facilidade de acesso, e da escolha das modalidades artísticas ali apresentadas. Essa é uma parte do problema, mas não é TODO o poblema, na medida que o comportamento anti-social não é exclusividade dos mais pobres.
4.Se há a escolha em permitir e incentivar a migração da população para a praia, deve-se planejar ações que combinem o binômio prevenção/repressão, sem as quais, apenas contabilizaremos corpos e tragédias ao fim de cada evento nos fins de semana.
Aqui vão algumas sugestões:
a)blitzen rigorosas na entrada da praia, com revista nos ônibus e veículos e seus passageiros.
b)infiltração de agentes "descaracterizados", como faz a polícia inglesa para tumultos de estádios de futebol. Esses agentes não intervêem, apenas indicam aos agentes uniformizados quem são os agitadores e criminosos.
c)implantação de uma progressão da 134DP, como já foi feito, a fim de evitar a demora nos registros, causada pelo enorme deslocamento das unidades da PMERJ, que assim, poderiam voltar a seus postos de forma mais ágil.
d)criação de uma equipe de ronda do comissariado de menores e conselh tutelar, pois há relatos de abuso de bebidas alcóolicas por menores.Há outras medidas, mas, dentre as mais importantes, está uma de caráter impopular, como a restrição de venda de bebidas alcoólicas, em horários próximos aos eventos.
Um abraço."
Campista na região de Cabinda onde acontece conflito em Angola
Por e-mail, o ex-aluno do IF Fluminense, funcionário de uma empresa que atua no ramo petrolífero, Clinio Amaral manda para o blog a informação sobre o conflito na área em que estava de passagem a trabalho:
"Olá, Roberto
A esta altura vc ja deve estar a par dos ultimos acontecimentos em Angola, no que se refere ao atentado ao onibus da selecao de futebol do Togo, pelo grupo separatista Forças de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC).
Este grupo vive em conflito pela independência de Angola, ja que Cabinda e um municipio que possui bastante riqueza mineral, com minas de diamantes e muitos campos produtivos de petroleo. Há cerca de 2 anos um brasileiro foi assassinado na selva, garimpando diamantes em Cabinda. O território de Cabinda é uma das 18 províncias de Angola, mas não pertence fisicamente à área do país. O local fica entre a República Democrática do Congo (ex-Zaire) e a República do Congo. A região é rica em petróleo e é assolada por um conflito separatista desde a independência angolana, em 1975.
O mais preocupante e que os estrangeiros que aqui trabalham estao ameacados, ja que a situação de guerra é uma realidade em Cabinda e qualquer estrangeiro poderá ser uma vítima - teriam dito os líderes da FLEC. .
O atentado ocorreu ontem e eu estava hoje de manha no aeroporto de Cabinda, quando chegaram as ambulancias com os feridos para serem transferidos de aviao para um hospital em Luanda.
Um forte abraco!
Clinio"
Farol West - 2
Outros e-mails reclamado da violência no Farol. O primeiro é da Juliana Sá Vianna, o segundo da Nara Wigand:
"Hoje foi o pior dia da minha vida!!!! Na noite deste sábado, a praia campista Farol de São Thomé passoupelo seu pior dia. Passo verão na praia há muitos anos e nunca vivi e nem vi o que aconteceu hoje. Cenas de televisão, filmes de terror... Um descontrole total.
Uma prova que estamos a pé de segurança. Mas qual o número de policiais suficientespara uma cidade que a prefeita oferesse a passagem a R$1,00??????
Sabemos que todos tem direito de se divertir, mas não desta forma. Parecíamos que estávamos numa guerra entre traficantes dos morros do Rio de Janeiro.
O cantor Rodriguinho estava se apresentando e de repente foi surpreendido pelo tiroteio que tomou conta da arena do show. Uma coisa fora do real. Nunca mais vai querer ouvir falaro nome da nossa cidade.
Milhares de pessoas corriam, invadiam as casas dos moradores para fugir do tiroteio.
Guardas municipais sem armas, andavam, ou melhor, corriam de moto de um lado paraoutro com a sirene ligada e nada faziam. Recomendo a todos: Não vá para o Farol.
Passagem a R$1,00 não dá!!!! Basta Basta Basta!!!!!!!!"
Abaixo o e-mail com a reclamação da Nara Wigand:
"Roberto
Gostaria de deixa aqui minha indignação, pela onda de violência que está sendo implantada na nossa praia do Farol. Frequento essa praia desde da adolescência e nunca vi nesses anos todos o que estamos vendo esse ano.
Ontem, não houve show, porque simplesmente houve um tiroteiro antes, onde 4 pessoas até onde se sabe morreram,uma criança de 11 anos foi ferida e uma senhora está em estado grave. Semana passada, o mesmo aconteceu em pleno Trio...até onde iremos nesse verão? O cantor Rodriguinho ontem,se negou a fazer o show por medo. Uma vergonha pra Campos e pra nós campistas.
Não só eu, mas todos os veranistas do Farol,pedem providências imediatas, prinipalmente por parte do governo municipal. Assim como eu ,várias famílias estão se retirando agora da praia campista, por não ter segurança...
Até quando???? Vai precisar morrer mais gente pra alguém fazer alguma coisa?
Um abraço
Nara Wigand"
"Farol West"
o blog recebeu por e-mail, às 03:04, este comentário do leitor J. Carlos que também sugeriu o título da nota:"FAROL WEST"
"Professor Roberto, um abraço.
Sábado, por volta de 20:40 horas, dirigi-me de campos rumo à praia do Farol. O intuito era vivenciar momentos de lazer e assistir ao show de Rodriguinho, nacionalmente conhecido do pagode tipo, pagode açucarado, mas até aí tdo bem.
No momento em q cheguei achei tudo tranquilo e até mto organizado, em q pese ver pouco, digo até quase nenhum contingente policial, seja ele civil, militar e gcm (esses até estavam presentes), mas só para aquelas práticas comuns, tais como guardar o palco e os camarotes do show e encherem o saco como a restrição à estacionamento de veículos aqui e ali, sempre prontos, armados com seus blocos de multas, claro. O município precisa dessa receita. Na arena mesmo, nada de seguranças nem oficiais, nem mesmo particulares contratados.
Começa o show e, nao mais que mei duzia de músicas executadaa, subitamente os integrante do palco, inclusive o Rodriguinho se jogam no solo do mesmo. O show para e, aí começa a barbárie. Muitas pessoas correndo, pulando para dentro de barracas intaladas para venda de bebidas e comestíveis. No meio da avenida - beira mar- ouve-se no estampido de um tiro de revolver. Muitos correndo em cócoras, outros agachados, protegendo-se nos vãos existentes entre uma barraca e outra. Sirenes de ambulancias acionados. Um horror. No palco percebe´se que a equipe técnica desmonta os equipamentos. Nenhuma palavra oficial foi dada, limitando-se o locutor chapa branca a informar uma infinidade de crianças perdidas de seus pais.
O Farol é pra ser esquecido Não é culpa do preço da passagem, mas sim da incompetência populista dos governância municipal , pois, uma coisa é vc assistir a um jogo entre flamengo e Souza da Paraíba no maraca e outra é assistir a uma entre Flamengo e Vasco. É claro q o classico dos mihões vai necessitar de uma estrutura de apoio, infinitamente maior q no outro caso.
Os populistas da Lapa só pensam em, apinhar de gente em tudo q eles fazem, sem qualquer comprometimento com o povo. Esse q se exploda, basta q eles estejam doutrinados a votar neles nas próximas eleições.
A Prefeitura de São João da Barra tem como slogan para o verão: O PARAÍSO É AQUI e a do Farol deveria ser: FAROL - O INFERNO É AQUI.
Esqueçam o Farol, passeiem nas praias Sanjoanense e/ou nas de S. Francisco do Itabapoana, mas esqueçam aquela bagunça, aquele esquema amador que é o verão do Farol. Esqueçam.
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