Para Luiz Celso, vereadores não devem usar Câmara para objetivos pessoais
O nível das discussões entre os parlamentares da Câmara Municipal de Campos, nas últimas semanas, tem como resultado o desvirtuamento dos trabalhos legislativos. Dirigentes de entidades da sociedade civil organizada criticam o posicionamento de alguns vereadores e opinam sobre a situação do Legislativo municipal. O “bate-boca” entre vereadores da oposição e da situação tem prevalecido, em detrimento do interesse da população, que em vez de se sentir representada, assiste atônita ao destempero de alguns vereadores e até agressões à dignidade, como expressões de baixo nível, que ofendem, como “o povo tem que ter vergonha na cara”, “tem que apanhar mesmo”, e inclusive anúncio de parlamentar de levar “sua turma” para embate com vereadores da situação durante sessão plenária.
Os depoimentos dos representantes da sociedade civil organizada expressam o sentimento da coletividade, que em meio ao sentimento de decepção, espera posicionamento adequado dos parlamentares em plenário, com prioridade na discussão das causas de interesse da coletividade. “Os vereadores não podem utilizar da Câmara, que é uma instituição honrada, para tirar dela proveito próprio. Os parlamentares que estão fazendo este tipo de coisa precisam ser punidos. Os vereadores Marcos Bacellar e Odisseia estão utilizando uma instituição séria para atingir objetivos políticos pessoais e buscam desestabilizar um governo que se percebe trabalhar com objetivo certo, que é atuar a favor da população como um todo”, disse o advogado Luiz Celso Gomes, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Sub Seção Campos da Ordem dos Advogados do Brasil.
Detentor ainda do cargo de presidente do Conselho da Comunidade da Vara de Execução Penal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Celso observa que “o vereador tem que ocupar o cargo com responsabilidade, cumprindo o objetivo de legislar pela população que o elegeu, e não usar do cargo para ataques pessoais a quem está do outro lado, motivado pela finalidade de desestabilizar um governo, que tem atuado com senso de eqüidade, que trabalha de forma séria, com determinação, para conduzir a administração do município dentro da legalidade”.
As palavras de Luiz Celso são endossadas pelo secretário executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, Nilton Miranda. “Lamento o que vem ocorrendo na Câmara de Vereadores. Como cidadão estou com a maior parte da população e torço para que os vereadores passem a legislar cumprindo suas atribuições. A população precisa de uma Câmara que atue nas discussões de interesse coletivo e não assuntos partidários, que envolvam ideologia ou ataques pessoais em plenário”, criticou.
Miranda se estende sugerindo que a atenção dos parlamentares se volte para questões que mexem como o cotidiano do povo. “Tenho uma sugestão: em vez de se envolver com discussões apenas de seus interesses políticos pessoais, por quê os vereadores não discutem, por exemplo, a questão do Dia de Corpus Chirsti, que é um assunto polêmico na cidade, de interesse de toda população? Desde que em 1993, após aprovada uma lei municipal que tirou o Feriado de Corpus Christi e estabeleceu o de Santo Amaro, há muita reclamação, pois há um grande segmento que não gosta de trabalhar nesta data por questões religiosas. Por quê os vereadores não procuram saber o que é melhor para a população e providencia uma troca do feriado, se for interesse da maioria?”, questiona.
Presidente da Associação de Imprensa diz que desentendimentos fazem parte do processo
Orávio: “clima de tensão envolve a parte politizada da população”
O presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), jornalista e professor Orávio de Campos, faz uma análise no campo social-político-antropológico do momento do município. “Vejo que a atual Câmara de Vereadores reflete o clima de tensão política que envolve a parte politizada da população campista. O comportamento dos edis neste momento representa um ponto importante da depuração política. Entendo que estes fatos evidenciam parte de um processo de desenvolvimento para se chegar a uma estabilidade política que possa alcançar um bom nível e se consolidar. Campos é uma cidade de porte médio e certamente ao final deste processo alcançaremos uma estabilidade política que tanto os próprios atores da Câmara como a população anseia”, analisa.
Nas matérias veiculadas nas últimas edições sobre os episódios envolvendo o vereador Marcos Bacellar, a redação de O Diário tentou falar com o mesmo, mas não obteve êxito nas tentativas pelo seu telefone celular. Após o sinal de chamadas, entre mensagem de fora de área ou desligado, não houve retorno. Procurada, por este jornal na última sexta-feira, a vereadora Odisséia também não foi localizada.
Nas ruas de Campos as cobranças são por seriedade e respeito
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