domingo, 27 de fevereiro de 2011

Calor, engarrafamento e estresse

Nos considerados grandes centros, dores de cabeça são ainda maiores para quem enfrenta trânsito caótico

Carla Flávia Rangel Barreto

O trânsito poderia ser mais um dos elementos do dia a dia para a maioria das pessoas que vivem na cidade. No entanto, essa simples tarefa rotineira passou a significar menos qualidade de vida desde que o trajeto de casa para o trabalho, deixou de ser agradável, transformando-se em estresse. Nesta época do ano, quando os termômetros chegam a marcar na casa dos 37 graus e os engarrafamentos se multiplicam, a tolerância passa a ser mínima.

O tempo que a pessoa passa sentada no carro, parada no trânsito, esperando para chegar a casa ou no trabalho, tem causado sérias crises de irritabilidade, ansiedade, exaustão e impaciência. O problema ganha proporções maiores a cada dia e o resultado, são consultórios terapêuticos lotados. O estresse pode ser causado pela ansiedade e pela depressão devido à mudança brusca no estilo de vida e a exposição a um determinado ambiente, que leva a pessoa a sentir angústia.
Quando os sintomas de estresse persistem por um longo intervalo de tempo, surge a vontade de escapar de uma situação (causado pela ansiedade) e fuga (causado pela depressão). Os nossos mecanismos de defesa passam a não responder de uma forma eficaz, aumentando assim a possibilidade de vir a sofrer de doenças, especialmente da espécie cardiovascular.
Jovens e idosos – O público-alvo vítima do estresse não tem idade, sendo desde jovens até idosos. No consultório da terapeuta Sandra Ribeiro, passam pelo menos 15 pacientes por mês apresentando sintomas da doença.
“Um dos motivos de estresse no trânsito surge porque a pessoa que está parada no carro, está pressionada por outras obrigações e as menores coisas acabam desencadeando a ira e a impaciência”, diz Sandra.

Tratamento natural e hábitos saudáveis como válvula de escape
Técnicas de shiatsu, segundo especialistas como Sandra Ribeiro, ajudam a combater as tensões

Com opinião formada contra o uso de remédios no combate ao estresse, a terapeuta Sandra Ribeiro trabalha em seu consultório com técnicas como shiatsu, reflexologia, massagem local e do-in. “Todo tratamento tem que ser desenvolvido em conjunto, com as diversas terapias aliadas a hábitos de vida mais saudáveis, alimentação equilibrada e a prática de exercícios regularmente, que funciona como uma válvula de escape para as crises de irritabilidade do dia a dia”, frisa a terapeuta.
De acordo com Sandra, o uso de medicamentos contra dores que surgem constantemente, acaba causando dependência mental e do próprio organismo. “O remédio resolve, mas só na hora, resultando em outros problemas, como a sujeição”, diz Sandra Ribeiro. As técnicas de shiatsu, reflexologia, massagem local e do-in aplicadas por Sandra são realizadas em sessões que duram de 30 minutos a uma hora, dependendo do problema.
Usar bem o tempo perdido no trânsito
O conselho dos especialistas é tentar usar bem o tempo perdido no trânsito. Evitar aumentar o estado de tensão é o primeiro ponto. Para isso, vale desde exercícios de respiração e meditação até mesmo pequenas mudanças no comportamento psicológico. O simples ato de respirar melhor, expirando o ar com o nariz e soltando pela boca, pode resultar em melhoras.“As pessoas começam a buscar ajuda profissional quando sentem dor na coluna, dor de cabeça e insônia, que na verdade, não passam de alguns dos sintomas do próprio estresse”, esclarece a terapeuta.
Além de compromisso com o tempo, acrescente nos motivos que desgastam: o excesso de veículos, a poluição sonora provocada por motores e buzinas, motoristas imprudentes e tudo que transforma a jornada para casa ou para o trabalho nos horários de rush, um verdadeiro martírio sobre quatro rodas.  “Trânsito, barulho, horários, tudo isso acaba confluindo para que a pessoa que está ao volante fique irritada e contribui para aumentar o grau de estresse”, afirma Sandra.
Depois de algumas horas ao volante, a pessoa fica tensa e sem perceber, começa a contrair o pescoço e outras partes do corpo. “A dor nessas horas funciona como um acréscimo de irritabilidade no motorista”, diz a psicóloga Mariana Castro. A dica é o motorista tentar relaxar e, dentro de alguns intervalos, fazer exercícios de alongamento na região cervical.

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