O ‘'ponto oficial’' de embarque dos carros piratas no Centro fica a poucos metros do quartel do 5º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM/Campos), quase em frente à esquina da Rua Carlos de Lacerda com a Avenida 15 de Novembro. Filas enormes se formam em plena luz do dia.
Há também os que atuam no transporte intermunicipal. Neste caso, o ‘ponto de embarque’ é na Avenida José Alves de Azevedo (Beira Valão) a 200 metros da Rodoviária Roberto Silveira, também no Centro.
Uma mulher, sem saber que estava falando com um repórter do De Olho Na Verdade, disse que não utiliza os serviços dos ônibus há seis meses. “Eu sempre embarco aqui. É mais rápido do que esperar um ônibus”.
Movimento começa cedo
Por volta das 6h30, a movimentação já começa no Centro de Campos, com inúmeros carros particulares desembarcando passageiros. O negócio parece rentável, já que muitos veículos grandes (Fiat Doblò e Van) são utilizados no transporte, com alguns chegando a ter capacidade de até 20 passageiros.
Segundo o despachante de uma empresa de ônibus, que não quis se identificar com medo de represálias, existem dois tipos de pirata: aqueles que carregam passageiros somente para tirar o dinheiro da gasolina, geralmente quando fazem o itinerário casa/trabalho e vice-versa, e os “profissionais”, que dedicam todo o dia à atividade clandestina. Enquanto os primeiros praticam a pirataria esporadicamente, os segundos ganham a vida com isso e são organizados.
A maioria dos carros é dotada de rádios de comunicação. Os aparelhos são usados pelos motoristas que fazem transporte pirata para alertarem sobre as operações de repressão ao transporte clandestino. “Um avisa ao outro quando há uma blitz”, destaca X. (inicial fictícia), despachante de uma empresa de ônibus.
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