Cento e quatorze escolas da rede municipal e estadual estão sendo beneficiadas com o Projeto Ronda Escolar da Guarda Civil Municipal (GCM). Entre os objetivos do projeto está o de proporcionar a integração entre a escola e a Guarda, coibindo o uso de entorpecente, arma de fogo, inibição do vandalismo, brigas, ameaças e desordens. Criado em 2009, o Ronda Escolar está em seu terceiro ano e segue somando parceiros no combate a violência.
O projeto é preventivo e busca, através da educação, ir além do policiamento ostensivo voltando às ações para o diálogo e a compreensão da realidade social da comunidade. “Esse contato direto com os alunos e professores nas escolas nos permite, numa linha de intervenção voltada para uma guarda cidadã, auxiliar na segurança dentro das unidades e, também, de forma indireta na comunidade, pois nossa presença já inibe alguns tipos de delitos”, observou o coordenador do Ronda Escolar, o guarda municipal Eneci Paulo.
Ao todo 68 escolas da área central da cidade, 27 na Baixada Campista e 19 da região norte do município — que vai de Travessão até Santo Eduardo — já recebem o Ronda Escolar. Para isso são mobilizadas cinco viaturas e duas motos-patrulha. Entre os profissionais, sempre tem em cada viatura três guardas, sendo do sexo feminino, para facilitar e resolver situações que envolvem meninas. O projeto conta com parcerias da Polícia Militar, Conselho Tutelar, Juizado da Infância e Juventude e assistentes sociais da Secretaria Municipal de Educação.
Segundo Eneci Paulo, ao longo dos dois anos de execução do Ronda Escolar, foram apreendidas duas armas de fogo e recuperado um notebook furtado.
— O nosso trabalho é diminuir a probabilidade dos alunos se envolverem negativamente em questões sociais ligadas à violência, trânsito, meio ambiente, saúde, drogas e cidadania — ressaltou.
Entre as unidades escolares beneficiadas estão as Escolas Municipais Lídia Leitão e Branca Pessanha, situadas no Parque Cidade Luz e Eldorado, respectivamente, e na Escola Maria Lúcia, no Turfe Clube. Nelas centenas de alunos já tiveram algum conflito mediado pela ação dos guardas municipais.
— Primeiro fazemos um levantamento de acordo com as necessidades de cada escola para, depois, atuarmos na mediação de conflitos entre alunos, funcionários e corpo docente. A nossa meta é tornar a escola segura e acreditamos que isso pode ser feito através do diálogo — explicou Eneci durante ronda na última quarta, na Escola Maria Lúcia e Colégio 29 de Maio, inseridas no projeto desde o início.
Com a autorização da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) para a mudança no projeto do contorno da BR-101 e a duplicação da rodovia no trecho urbano entre Ururaí até as proximidades da Avenida Alberto Torres, o novo traçado passará mais perto dos empreendimentos que estão se instalando na região, como o Super Porto do Açu e o Complexo Logístico e Industrial Farol-Barra do Furado.
Nesta sexta-feira (15), o presidente da ANTT, Bernardo Figueiredo, esteve em Campos, para anunciar a autorização da mudança no projeto do contorno da BR-101, a duplicação da rodovia entre Rio Dourado até a divisa com o Espírito Santo, além da cessão ao município entre o distrito de Ururaí, na entrada da cidade, até o Aeroporto Bartholomeu Lizandro. Deste trecho municipalizado, fora dos investimentos da ANTT, a Prefeita Rosinha vai duplicar entre Ururaí às proximidades da Avenida Alberto Torres.
A prefeita explicou que, com o novo contorno na entrada da cidade, sendo pelo lado Leste do município, o trecho urbano da rodovia deixa de ser uma BR. O contorno será feito na região da Baixada Campista, pela Estrada dos Ceramistas, passando por Martins Laje, próximo ao Super Porto do Açu e do Complexo Logístico e Industrial Farol-Barra do Furado, seguindo até a Usina São João e saindo perto de Travessão, em pista dupla.
Bernardo Figueiredo lembrou que uma das primeiras informações que teve quando assumiu a ANTT foi que havia um erro no traçado da BR. “Venho aqui com muito prazer, porque esta é a nossa obrigação. A concessionária é um instrumento de prática de políticas públicas, mas quem sabe as necessidades reais do município é o poder público local e temos que ser aderentes a isso”, destacou Bernardo Figueiredo, acrescentando que a concessionária que administra a pista já está autorizada a iniciar os trabalhos no novo contorno.
A prefeita iniciou a reunião lembrando que, nesta quinta-feira (14), esteve com o empresário, Eike Batista, presidente do Grupo EBX, que concordou em modificar o traçado do corredor logístico do Super Porto do Açu. “O traçado anterior ia isolar as comunidades da Tapera e de Ururaí. Sugerimos que o traçado seja depois de Ururaí com projeto de viaduto”, informa a prefeita, ressaltando o grande número de veículos trafegando pela rodovia e de vagões na ferrovia, que corta a pista para escoamento da produção.
A bala de uma pistola 10 milímetros é de borracha. O spray de pimenta ganhou uma versão mais segura. São as novidades da segurança pública.
No Rio de Janeiro, uma feira mostra as novidades na área de segurança pública.
Na maior feira de defesa e segurança da América Latina, em meio a tanques de guerra, armamentos de última geração usados pelas forças especiais dos governos, armas não letais ganham destaque.
“Desde que a tropa ou quem vai empregá-lo saiba o que está fazendo, ele é extremamente eficiente. Imobiliza quem tem que ser imobilizado”, afirma Carlos Pierantoni, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Defesa.
As soluções para diminuir o uso de armas de fogo também estão cada vez mais criativas. A bala de uma pistola 10 milímetros é de borracha. A novidade é que o tiro pode ser dado a curta distância e não entra no corpo.
Outra arma foi desenvolvida a pedido da ONU, que empregou a munição na missão de paz no Timor Leste, na Ásia. “É uma bolsa de borracha, com um PO especial encapsulado dentro dessa bolsa. E quando impacta o corpo, ela expande e não penetra. Atua com poder de parada sem colocar em risco a integridade da pessoa”, explica Antônio Carlos Magalhães, diretor da empresa.
A bomba de gás lacrimogêneo passou a se chamar granada bailarina. Sabe por quê? Quando jogada no chão, faz movimentos aleatórios que impedem, por exemplo, que em um tumulto alguém a arremesse de volta contra a polícia.
O spray de pimenta, por exemplo, que começou a ser usado nos Estados Unidos na década de 1990 ganhou uma versão mais segura, 100% nacional. Antes ele existia apenas em aerossol. Quem estava perto do alvo também sentia os efeitos: ardência nos olhos e sensação de queimação na pele. Agora o jato de pimenta é direcionado, porque sai em forma de espuma ou gel.
Que tal um spray que lança uma espuma que gruda no rosto, dificulta a visão e gera um desconforto? Se, mesmo assim, o baderneiro ou criminoso fugir, ele poderá ser localizado pelo cheiro.
“Se ele entrar no metro ou em um ônibus, em qualquer lugar que ele vai se misturar na multidão, todo mundo sai de perto dele. O cheiro eu muito ruim, muito forte. É um odor repugnante à base de cebola”, destaca o presidente de empresa Agnaldo Coutinho.
O cidadão comum não pode comprar nem usar nenhum desses equipamentos, de acordo com um decreto federal. “Só quem pode usar são as forcas de segurança e agora recentemente as empresas e segurança privada para poder usar em agências, escolas e outras lugares onde haja pessoas”, diz o presidente de empresa Agnaldo Coutinho.
Carlos Sampaio era funcionário do zoológico do Rio. Ele cuidava da parte administrativa do local.
Um homem que começou como major, virou tenente-coronel e logo estava trabalhando na cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Tinha tudo pra ser uma carreira brilhante, não fosse por um detalhe: o tal homem nunca chegou a pisar no Exército.
Em uma entrevista exclusiva para a TV, o falso militar conta o que fez pra enganar tanta gente por tanto tempo.
“Você conhece a palavra dom? Eu acho que eu tenho este dom para trabalhar nisso, como eu acho que eu tenho este dom para trabalhar em tudo o que eu coloco a mão.”
O dom de que Carlos da Cruz Sampaio Júnior fala apareceu cedo. Nas fotos de criança o menino já interpretava um militar. Mas quando tentou entrar para o Exército, não passou no teste.
“Eu acho que uma série de fatores de natureza pessoal, me levaram a não chegar na academia militar. Tentei. Mas acabou que ficou esquecido. acabei enveredando pelo direito”.
E acabou largando a faculdade. Muito antes de começar a carreira na Segurança Pública, de entrar para a Secretaria, Carlos Sampaio era funcionário do zoológico do Rio. Cuidava da parte administrativa do local.
Mas foi lá que o futuro falso coronel disse que teve a primeira experiência, organizando o esquema de segurança.
“Eu questionava tanto a eficiência da empresa de segurança, que quando pedi a exoneração do zoológico por motivos pessoais, eu acabei sendo convidado a participar de empresa de segurança em 98”.
Sampaio ainda trabalhou com esportes de aventura, limpeza predial, até conseguir um emprego na secretaria de Segurança. Um trabalho administrativo, assessor do subsecretario. Ele andava de colete e participava de inaugurações ao lado de autoridades.
E queria mais. Aficionado pelo tema, estudou livros sobre segurança e manuais de policias de diversos países, inclusive manuais russos, idioma que ele diz ter aprendido na internet.
Depois de três anos, elaborou seu próprio projeto para melhorar o patrulhamento nas ruas. Mas: “O que acontece, quando você chega na secretaria de Segurança, existe um termo pejorativo que se chama ‘PI’. ‘PI’ é o ‘pé inchado’. É aquele cidadão que não é Policial Civil, nem Militar. Constantemente fui chamado de ‘PI’. De certa forma ofende, claro que ofende”, conta.
Com a troca de governo deixou a secretaria, mas não a ideia de implantar seu sistema de segurança. Três anos depois, em 2009, voltou a ativa, agora diretamente onde o patrulhamento das ruas é organizado. Sampaio apresentou mais uma vez seu projeto em um batalhão da PM, decidido a não ser mais um ‘pé inchado’.
O 6° batalhão é responsável pelo policiamento em vários bairros da zona norte do Rio de Janeiro, inclusive a Tijuca, lugar onde Sampaio mora. Quem entrou por aquela porta foi o ex-diretor de zoológico e funcionário público. Quem saiu de lá foi o coronel, que iria levar o seu bem sucedido plano de patrulhamento das ruas para outros batalhões.
Mas, ele não chegou logo de cara como coronel. No começo escolheu uma patente um pouco mais baixa. “Major, na época. Como eu fiz isso? Basta dizer. Eu disse e as pessoas acreditaram”.
Durante três meses o agora major Sampaio trabalhou no 6° batalhão. Mas ainda havia dificuldade pra implantar suas ideias. Então, resolveu se promover: “Quando você passa a ser tenente-coronel e apresenta o seu trabalho, nossa, todo mundo diz amém e funciona”, brinca.
Dai em diante, a carreira deslanchou. O falso coronel implantou seu projeto em outros três batalhões. Sampaio dava palestras, planejava o policiamento, redistribuía carros da polícia nas ruas.
Nos treinamentos, ensinou técnicas de abordagem, deu instruções de tiro e, comandou, armado, operações nas ruas. Determinando onde e como os policiais deviam agir.
A popularidade de Sampaio cresceu tanto que ele foi convidado a trabalhar na secretaria de Segurança. “Quando eu vi que o projeto poderia ganhar uma divulgação maior, poderia surtir mais efeito. ‘Tudo bem, vamos lá’. Eu aceitei”.
Nessa época, Sampaio apresentava um currículo impressionante. O militar que nunca existiu havia cursado a academia das Agulhas Negras, comandado um batalhão de fronteira na Amazônia, e até fez parte da guarda presidencial. Tudo mentira. Na carteira do Exército, a foto com farda de gala.
“Aquilo era uma montagem de Photoshop. Não falsifiquei, criei. É diferente, porque você falsificar é pegar qualquer documentação e transformar os dados, eu simplesmente editei a carteira toda no Photoshop. Então, eu criei”, conta.
Depois que Sampaio foi preso a policia analisou o documento. Encontrou dez erros grosseiros, como a data de validade, até 2031: em um documento do Exército ela seria indeterminada.
Quem assina a carteira é um capitão, o que não aconteceria na identidade de um coronel. E até o próprio posto, tenente-coronel está escrito errado, sem hífen. Mesmo com erros tão básicos, ninguém na secretaria percebeu a falsificação.
Repórter: Pra ser contratado não foi pedido documento?
“Eu já tinha tudo lá, minha carteira do Instituto Félix Pacheco, CPF, PIS, tinha tudo lá”, explica.
A nomeação para o cargo de coordenador da subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional veio no dia 12 de julho de 2010. E o falso coronel, agora coordenador, foi trabalhar no quarto andar da secretaria.
Instalado no centro do comando, Sampaio recebia informações dos batalhões, tinha reuniões com coronéis, e fiscalizava operações nas ruas. Em agosto do ano passado o falso coronel esteve numa operação para prender traficantes que tinham invadido um hotel em São Conrado, Zona Sul do Rio.
Sampaio acompanhou a negociação para que os bandidos se entregassem e libertassem os reféns. De colete, ele estava dentro da área de isolamento, na porta do hotel.
A secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro fica exatamente em frente ao comando do Exército. Apenas uma rua separa os dois prédios. Mas essa pequena distância levou três meses para ser percorrida. Foi o tempo que a secretaria levou para pedir informações sobre o seu novo contratado ao comando militar.
Em nota, a secretaria de Segurança alegou que Sampaio ficou três meses empregado, porque o serviço de inteligência precisou desse tempo para reunir provas suficientes contra ele.
No dia 7 de outubro do ano passado, o secretario José Mariano Beltrame finalmente procurou o Exército e a resposta veio no mesmo dia. Carlos Sampaio nunca tinha sido militar na vida. Na semana seguinte ele foi preso na sala que ocupava na secretaria.
A história de Sampaio lembra a de outros falsários famosos retratados no cinema. O filme “Vips”, que tem Vagner Moura no papel principal, conta a história do estelionatário que ficou famoso por se passar pelo filho do dono de uma grande empresa aérea. Ele participou de festas, se hospedou em hotéis caros, teve aviões a disposição.
Mas para o advogado de Sampaio, esse é um caso diferente: “Ele seria o único falsário no mundo, por assim dizer, que não tem vantagem nenhuma. Ele ganhava mal, ele trabalhava tanto ou mais do que os outros e otimizou todos os trabalhos da polícia”, afirma o advogado de Sampaio.
O falso coronel passou dois meses preso. Agora responde a processos de falsa identidade e porte ilegal de arma de uso restrito e pode pegar até seis anos de prisão. Sampaio só lamenta que o seu projeto de policiamento não é mais seguido nos batalhões e resume como conseguiu passar tanto tempo enganando as pessoas.
“Eu acho que as pessoas acreditam na forma como você se coloca e o que você coloca. Se você chegar pra mim e falar que é o presidente da República, souber se colocar como presidente e se portar como tal e tiver representatividade e ter resultado como tal, eu acho que sim. Vocë talvez não se passasse por presidente da República”, brinca.
Durante uma inspeção de rotina da equipe de supervisão motorizada da Guarda Civil Municipal, foram multados 12 veículos, sendo que um dos carros foi rebocado para as dependências do Pátio Norte. Desde que foi denunciada no blog de Luciana Portinho, na Folha Online, a desordem urbana vem sendo constantemente mostrada através de matérias publicadas pela Folha da Manhã.
Ontem, mais uma vez a equipe de reportagem acompanhou a fiscalização da Guarda Municipal. Logo no início da ronda, na rua 21 de Abril, um carro parado irregularmente sobre a calçada em frente ao número 176 chamou a atenção dos guardas, que sinalizaram para que o motorista pudesse retirar o veículo da calçada e liberar a passagem de pedestre.
Na Barão de Amazonas, entre a Ruy Barbosa e Alberto Torres, diversos carros estacionados em locais indevidos, inclusive próximo a uma esquina, onde havia placa de proibido parar e estacionar, foram retirados pelos donos assim que os guardas sinalizaram. Alguns, como um Templa, que acabou sendo rebocado no final da ação, tiveram que ser multados e como a infração é grave, os donos terão que pagar 120 UFIR e perderão cinco pontos na carteira. Seguindo pela avenida Torres, uma motorista que estacionou sobre a faixa de sinalização proibida, alegou que não era da cidade e que como viu outros carros estacionados parou também, ao que o supervisor Ricardo Viana Rangel, informou que não servia como desculpa.
— O código nacional de transito é único e a sinalização é a mesma em qualquer lugar do país—, falou o guarda.
Ainda na Alberto Torres, mais carros estacionados e um reboque com um gerador em frente a uma escola, próximo de uma boate, atrapalhava o trânsito na via, que registra grande fluxo de veículos. “Muita gente acha que reboque não pode ser multado, mas ele tem registro no Detran e é emplacado. Por isso é classificado como tal e também não pode estar irregularmente no trânsito”, explicou o supervisor. Na mesma avenida, outros carros estacionados irregularmente foram multados. No retorno da ronda, a equipe da Guarda Municipal passou pela Praça Azeredo Coutinho e rua Vigário João Carlos, onde novas irregularidades de motoristas de vans e carros de passeio foram registradas.